Uma proposta de mudança na legislação da formação de condutores, fundamentada em práticas pedagógicas que sejam capazes de promover um trânsito mais seguro, foi apresentada nessa semana em Chapecó, durante a palestra “Nova formação de condutores no Brasil”. O evento foi promovido pelo Núcleo dos Centros de Formação de Condutores (CFCs) da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC).
O palestrante foi o especialista em legislação de trânsito Sidnei Schmidt. De acordo com ele, foram realizadas cinco consultas públicas sobre as alterações na resolução do Conselho Nacional do Trânsito (Contran) 168/2004. “Essa resolução tem 13 anos e a proposta é mudar todo o aspecto da formação do condutor. A intenção é melhorar a qualidade, o que também influencia no aprimoramento dos instrutores, diretores gerais e de ensino dos CFCs”.
Na próxima segunda e terça-feira (25 e 26), a Câmara Temática que debate as mudanças se reunirá para consolidar as propostas das consultas públicas para, depois, encaminhar ao Contran.
Entre as alterações sugeridas estão o aumento da carga horária das aulas teóricas e maior rigor com relação aos exames. Em relação a motocicletas, a proposta é que o exame seja feito em via pública. “Para colocar um cidadão habilitado no espaço público chamado trânsito terá que se provar que ele realmente tem condições. Com isso, a expectativa é reduzir o número de acidentes”, frisou Schmidt.
O trânsito representa, atualmente, um prejuízo de R$ 50 bilhões por ano, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). “Ocorrem no Brasil 45 mil mortes ao ano, com 350 a 500 mil feridos”, enfatizou o palestrante. Para reduzir esses números, mudanças de comportamento são fundamentais. “Temos uma carência muito grande de boas rodovias. Então, o condutor brasileiro tem que ter o conceito de direção defensiva”, finalizou Schmidt.