Associativismo: somar para multiplicar
Algumas das dificuldades da pequena empresa, nos tempos atuais, são o isolamento, falta de recursos, falta de informações e a concentração das decisões no empresário. Isso pode afetar a evolução dos seus negócios. Sem cooperação, sem ajuda mútua ou sem sinergia com as informações, as empresas correm o risco de não ir muito longe ou terem muitas dificuldades para seu crescimento e desenvolvimento. A união de empresas que têm os mesmos problemas permite encontrar soluções para uma série de dificuldades comuns a todas. Esse é o princípio do associativismo.
O associativismo ou ação associativa é qualquer iniciativa formal ou informal que
reúna um grupo de empresas, com o principal objetivo de superar dificuldades e gerar
benefícios comuns nos níveis econômico, social e político. Isso se torna possível através
das alianças ou parcerias estratégicas das empresas, que permitem o acesso a recursos
que uma empresa sozinha não teria, nem poderia obter. É por isso que o associativismo
vem crescendo mundialmente, criando oportunidades para as empresas se tornarem cada
vez mais competitivas.
As principais características do associativismo são a cooperação, ajuda mútua, a
socialização das informações e ter objetivos comuns. Esse processo iniciou no tempo do
“Homem das Cavernas”, formando as tribos para defender-se e sobreviver. Há 10 mil anos
Antes de Cristo, deu-se início à Atividade Agrícola, através de ações associativistas. Na
Grécia Antiga, 500 anos Antes de Cristo, surgiu o início do conceito de “Democracia”
solidificando o Processo Associativista na sociedade organizada. Na Alemanha, no século
XX, foi criado o termo Associativismo Empresarial.
O processo do associativismo é a razão de ser das associações comerciais e
industriais de todo o Brasil. As associações são a formalização dos atos e ações que
envolvem o associativismo, considerando os objetivos comuns de seus componentes, sua
finalidade e as expectativas do seu público. São entidades que congregam pessoas físicas
e jurídicas vinculadas a todos os setores de atividade econômica. Surgiram no Brasil em
1811– denominação “Comercial” (atividade preponderante na época). Normalmente
surgem para defender as “Causas Representativas do Desenvolvimento Sócio Econômico
da Comunidade”, porém sua manutenção depende da capacidade de prestar serviços a
seus associados.
Com a pandemia vimos que o associativismo se consolidou com o apoio mútuo, o trabalho em conjunto e com a representatividade. Foi através das nossas associações empresariais que ficamos informados, levamos aos governos nossas angústias e conseguimos atravessar este mar turbulento nesses mais de dois anos de incertezas.
Dentro das nossas entidades vemos o associativismo na prática nos mais diversos
projetos e programas, como o Empreender que reflete todo esse ideal na prática e
apresenta resultados fantásticos em Santa Catarina e no Brasil. Como também com o
Programa de Desenvolvimento Econômico Local (DEL) que busca despertar as principais
vocações dos municípios e planejar a longo prazo. Neste momento estamos atuando junto
ao Governo do Estado no Programa Gente Catarina que integra diferentes secretarias e
órgãos do Executivo estadual para trabalhar de forma articulada e integrada o
desenvolvimento de estratégias inovadoras de agregação, geração e transformação da
riqueza nos territórios formados por 61 municípios. O objetivo principal é melhorar a vida
das pessoas, por meio da elevação do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Queremos que cada vez mais as empresas catarinenses estejam no quadro das boas
estatísticas e o associativismo é essencial para isso.
Por: Sérgio Rodrigues Alves, presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc)
07/10 • 09h33