Um evento com objetivo de compartilhar conhecimentos por meio da experiência de grandes empresários. Essa é a intenção da ação “A Sabatina”, iniciativa do Núcleo Multissetorial da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC). A primeira edição ocorreu nesta semana, com participação do Empresário do Ano 2018, Flavio Pasquali, que falou sobre o início da empresa, carreira, dificuldades, aprendizados, associativismo, sucessão empresarial, entre outros temas.

O empresário explanou sobre sua trajetória durante dez minutos e, após, respondeu perguntas do público que abordou temas da vida empresarial e pessoal, além de aspectos econômicos e políticos. Pasquali tem 57 anos, nasceu em Chapecó e formou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Santa Catarina. Foi conselheiro, diretor financeiro adjunto e vice-presidente da ACIC, presidente dos Conselhos Deliberativo e Consultivo da entidade e vice-presidente e diretor financeiro do Sindicato da Indústria do Material Plástico e Artefatos de Borrachas do Oeste Catarinense (Sindiplasc).

Junto com o pai e irmãos fundou, em 1990, a Plástico Pasquali. De acordo com ele, foi uma grande oportunidade implantar a primeira indústria na área de injeção de plástico na região. Porém, os desafios eram grandes, principalmente os relacionados à instabilidade da economia. “Foi uma época de inflação altíssima, com a criação de planos econômicos e congelamento de preços. Por outro lado, estávamos iniciando um negócio num ramo que não conhecíamos, com pouco capital de giro e sem escala de produção”.

Para Pasquali, todas as empresas são muito parecidas no que se refere a equipamentos e matérias-primas. Por isso, cada uma precisa buscar o seu diferencial para se destacar no mercado. No caso da Plástico Pasquali, citou inovação e investimento. “Reinvestimos o que ganhos dentro da empresa e inovamos desde o início, desenvolvendo novos mercados e produtos”.

Outro fator determinante para o sucesso é trabalho. “Duvido que tenha um empresário que não sofreu, que não pensou em desistir. Porém, é preciso persistência. Sucesso só está antes do trabalho no dicionário. É preciso ter perspectiva de realizar sempre algo novo, comemorar os resultados e fazer o que gostamos”, frisou acrescentando que muitas vezes é necessário abdicar de algumas coisas, mas também é importante se organizar para ter tempo com a família, amigos e para o lazer.

Pasquali falou sobre sucessão empresarial, tendo os irmãos como sócios e um filho que acompanha e atua nos negócios. “Contratamos uma consultoria e definimos algumas regras para as gerações que estão entrando ou entrarão na empresa. Uma delas é que não chegarão como diretores. O André, meu filho, iniciou trabalhando na produção e já passou por diversos setores. Hoje, está maduro para assumir grande parte do que eu faço”.

O investimento nas pessoas foi outro aspecto comentado. Além de treinamentos, Pasquali busca criar afinidade, estando sempre junto aos colaboradores. “Temos uma característica: as pessoas ficam muito tempo na empresa. Temos funcionários conosco há mais de 20 anos”, relatou Pasquali ao citar que a empresa está com 28 anos.

Sobre o associativismo, Pasquali enfatizou que é muito importante. Quanto à sua experiência ao participar de entidades, disse que aprendeu muito. “Dentre tantas outras coisas, na ACIC aprendi, com o convívio com outros empresários, a tomar decisões. Existem muitas pessoas bem-sucedidas que compartilham experiências. Outro aspecto são as amizades que surgem”.

O vice-coordenador do Núcleo Multissetorial, Vinícius Matana Pacheco, destacou que o evento reuniu empreendedores que participam da ACIC, CDL e JCI. “Essa união é fundamental para crescermos como empresários e desenvolvermos nossos setores de atuação. O associativismo serve para isso: trocar experiências e crescermos juntos”, finalizou.